Após perder água armazenada por dois dias seguidos, o Sistema Cantareira voltou a ficar estável, segundo relatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), divulgado nesta quinta-feira, 28. Já o Guarapiranga, usado para socorrer o Cantareira durante a crise hídrica, completou 30 dias só de queda.
Os reservatórios que compõem o Cantareira operam com 65,7% da capacidade, mesmo volume do dia anterior. O índice, tradicionalmente divulgado pela Sabesp, calcula duas cotas de volume morto, que já deixaram de ser captadas, como se fossem volume útil do sistema.
Atravessando período seco, o Cantareira não registra aumento na quantidade de água represada há 16 dias. A última vez foi no dia 12 de abril, quando o nível do manancial avançou de 66,1% para 66,2%. Desde então, o volume de água represada caiu em seis dias e se manteve estável nos demais.
Uma das razões para a sequência negativa é o período seco. Apesar de o mês estar no fim, choveu apenas 3,9 milímetros ao longo de abril – 2,2 mm deles nas últimas 24 horas. O volume é muito inferior à média histórica do mês, de 88,7 mm.
Antes da sequência negativa, o Cantareira chegou a ficar quase seis meses sem sofrer queda. Com a recuperação, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) decretou o fim da crise hídrica em março e a Sabesp cancelou programas de economia de água de bônus para quem consumir menos e multa para os “gastões”.
O Cantareira também ficou estável no índice que desconsidera o volume morto do sistema. De acordo com o cálculo, o manancial está com 36,4% da capacidade. A estabilidade é constatada, ainda, no terceiro índice divulgado pela companhia, segundo o qual o sistema opera com 50,8%.
Hoje, o Cantareira abastece 7,4 milhões de pessoas na capital e na Grande São Paulo. Apesar de o número de atendidos ter aumentado recentemente, ainda é inferior ao do início da crise hídrica, em 2014, época em que fornecia água para 8,8 milhões.
Outros mananciais
Usado para socorrer o Cantareira durante a crise, o Guarapiranga caiu pelo 30º dia seguido e está com 78,9% do volume de água represada. O recuo foi de 0,3 ponto porcentual em relação ao dia anterior, quando registrava 79,2%.
O nível do Guarapiranga subiu pela última vez no dia 28 de março, passando de 87,6% para 88,1%. A partir de então, entretanto, o volume do sistema recuou em todos os dias. Nesse período, a soma das perdas é de 9,2 pontos porcentuais.
O Alto Tietê sofreu queda pelo 11º dia. A queda de 0,1 ponto fez o nível do manancial descer de 40,4% para 40,3% – índice que considera um volume morto acrescentado ao sistema em 2014.
Proporcionalmente, o Rio Grande sofreu a maior perda, de 0,5 ponto porcentual, e opera com 85,7%. No dia anterior, estava em 86,2%. O Alto Cotia ficou estável com 98%, enquanto o Rio Claro subiu 0,5 ponto, de 98,1% para 98,6%.