O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou o risco de o contingenciamento orçamentário em gestação no governo ser maior do que o necessário por causa da dificuldade do Palácio do Planalto em conseguir acordo para votar o projeto de lei revisando a política de desoneração da folha de pagamento. “O governo não tem a data de amanhã fazer corte. Ele (governo) pode fazer amanhã e pode fazer outro corte depois, isso não é impeditivo para nada. Em segundo lugar, o governo já tem mais ou menos ideia do que está para ser votado. Então não vejo nenhum impeditivo para isso”, disse.
O governo busca acordo na base para conseguir votar o projeto até a quinta-feira, 21, antes do anúncio do corte, que deve ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões. Cunha, contudo, sinalizou que a votação pode ocorrer apenas depois do feriado de Corpus Christi, uma vez que a reforma política está pautada para apreciação na semana que vem. “O PL das desonerações está na pauta e se até amanhã for votado, muito bem. Senão vai ficar para a próxima semana, depois do feriado”, afirmou.
Apesar da sinalização, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), se disse confiante na votação da desoneração. “Nós vamos dialogar muito até amanhã”, falou. “Nada está petrificadamente acertado”, observou.
Guimarães considerou que a decisão de contingenciamento será tomada independentemente da aprovação da desoneração. “A presidente (Dilma Rousseff) vai contingenciar aquilo que for necessário”, disse.