A rebelião iniciada na tarde deste domingo, 24, no Conjunto Penal de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, a 110 quilômetros de Salvador, teria sido deflagrada por um confronto entre detentos pertencentes a duas quadrilhas rivais, no Pavilhão 10 do conjunto. O líder de um dos grupos teria sido um dos mortos no conflito. Segundo a direção do presídio, após a confusão, parte dos familiares dos detentos que estavam dentro da unidade optou por ficar no local, junto dos parentes.
O motim, que teve início por volta das 14h30 do domingo e terminou na manhã desta segunda-feira, 25, deixou oito detentos mortos e cinco feridos, um deles em estado grave. Os amotinados também fizeram reféns cerca de 70 parentes de presos, entre eles crianças, que só foram liberados após o fim do movimento, por volta das 8h30.
Integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, do comando da Polícia Militar na região, da direção do presídio e da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) conduziram as negociações desde o fim da tarde de ontem. O abastecimento de água foi cortado no local até o encerramento do motim. Os detentos foram revistados e retirados do pavilhão de dois em dois e conduzidos a outra unidade, para que policiais pudessem realizar a perícia no local.
O pavilhão no qual a rebelião foi concentrada tem capacidade para 152 presos, mas abriga mais do que o dobro, 336. Todo o complexo abriga 1.467 detentos, apesar de a capacidade ser de 644. Os amotinados ainda tentaram invadir outro pavilhão durante a confusão, mas foram impedidos por agentes penitenciários.
De acordo com a Polícia Militar, foram apreendidos com os presos, ainda durante o motim, dois revólveres e uma pistola. Agentes realizam buscas no pavilhão para localizar outras armas.