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Protesto acaba na Assembleia sem obter CPI

Os cerca de 70 estudantes que ocupavam o plenário da Assembleia Legislativa (Alesp) desde a tarde de terça-feira deixaram ontem o local sem ver atendida a reivindicação de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar desvios na merenda das escolas estaduais. Eles acataram decisão da Justiça, que fixou multa de R$ 30 mil por manifestante caso não ocorresse a desocupação.

Os estudantes deixaram o local pouco antes das 16 horas, uma hora antes do prazo para reintegração, e fizeram uma declaração coletiva, chamando a multa de “truculência econômica”. “Nós, que não temos dinheiro nem para a merenda, não poderíamos deixar que nossos pais pagassem pela corrupção.”

Eles disseram que, há um mês, “lutam” contra o presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), investigado na operação Alba Branca, da polícia e do Ministério Público, que apura fraude em licitação e superfaturamento na compra da merenda pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). A retirada ocorreu de forma pacífica, com os estudantes com flores nas mãos. Homens da Polícia Militar acompanharam à distância, sem interferir.

Capez, que se diz favorável à CPI, afirmou que negociou com os alunos e concordou com a realização de uma audiência pública para tratar do tema – mas disse que a data do evento não está definida. O deputado Carlos Giannazi (PSOL) afirmou que vai começar na segunda-feira uma ação para bloquear todas as votações na Alesp até que a CPI seja instalada.

Alckmin. Na cidade de Ribeirão Preto, o governador Geraldo Alckmin negou qualquer relação de sua administração com o escândalo da merenda escolar. “Do governo não tem nada. Somos favoráveis a investigações.” Segundo ele, as denúncias teriam a ver com a Cooperativa Agrícola Orgânica Familiar, que já é investigada. “Os diretores da cooperativa fraudaram os próprios cooperados.”

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