Um adolescente de 15 anos apreendido na quarta-feira, 27, em Vilar dos Teles, distrito de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, admitiu à polícia ter participado do roubo que causou a morte do médico Jaime Gold, de 56 anos, em 19 de maio, na Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio.
Na segunda-feira, 25, conforme a delegada Patrícia Aguiar, da Divisão de Homicídios (DH), o adolescente contou à mãe ter participado da morte de Gold, e ela decidiu denunciá-lo. Na manhã de quarta-feira, o padrasto e a avó materna dele foram ao Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) do Rio Comprido, na zona norte, e contaram o que adolescente dissera em casa. Só então a polícia foi para Vilar dos Teles apanhar o adolescente.
Médico
Em depoimento à Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca (zona oeste), ele contou ter agido em parceria com outro adolescente, de 16 anos, detido desde 21 de maio. Embora o acusado mais velho tenha negado o crime ao depor, seu colega de 15 anos relatou à polícia que eles abordaram juntos o médico.
Ainda de acordo com o relato do suspeito detido, o colega de 16 anos desferiu três facadas na barriga da vítima. Em seguida, pegaram a bicicleta de Gold e fugiram – a dupla havia chegado em outra bicicleta.
Segundo o depoimento, o mais velho entregou a faca, suja de sangue, ao colega de 15 anos, que, a caminho da Favela do Jacarezinho, na zona norte, onde mora com o pai, jogou a arma no Rio Maracanã, perto do estádio. Ao chegar à favela, o adolescente disse ter entregue a bicicleta a receptadores. A polícia acredita que ela tenha sido desmontada. O adolescente ficará à disposição da Justiça, que deve determinar sua internação.
Criminosos
O adolescente de 15 anos morava com a mãe e o padrasto na Favela do Arará (zona norte). Ele disse que, em 2013, a mãe decidiu mudar-se para Vilar dos Teles porque o filho estava se envolvendo com criminosos. O menor foi então morar com o pai e irmãos no Jacarezinho. Ele teria conhecido o outro menor, que mora na vizinha Favela de Manguinhos.
Juntos, já teriam praticado um assalto no Aterro do Flamengo, na zona sul. O crime na Lagoa teria sido o segundo em parceria. Antes desse episódio, o adolescente de 15 anos já havia sido detido cinco vezes pela polícia. Em razão de um furto, ele cumprira 45 dias de internação no Centro de Socioeducação Dom Bosco, na Ilha do Governador, zona norte. Encerrou esse período de medida socioeducativa em abril e, no dia do crime na Lagoa, estava em liberdade assistida. Ele estuda na 8ª série da Escola Municipal Uruguai, em Benfica (zona norte).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.