O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) divulgou nesta segunda, 30, um documento em que cobra ação do governo para que o consumo de energia elétrica das famílias que façam parte do Cadastro Único tenham isenção de 100% das contas de luz, enquanto durar a pandemia do coronavírus.
Sugere também que a Eletrobras participe mais ativamente da retomada da economia, com projetos como a instalação de painéis solares nos reservatórios das hidrelétricas, como forma de baratear o valor da energia substituindo as usinas térmicas de alto custo. Além disso, a estatal foi convocada a participar dos leilões de energia para construir novos empreendimentos.
A isenção das contas de luz seria destinada a famílias com consumo até 330 KWh por mês, com base na média do consumo dos últimos 12 meses. Os recursos viriam de encargos sobre os grandes consumidores do mercado livre.
Os demais consumidores residenciais também poderiam optar pela suspensão do pagamento das contas até que fosse encerrado o estado de calamidade pública. Depois da crise, o pagamento seria feito em 36 parcelas sem juros.
Ressaltando que a já combalida atividade econômica irá precisar de reforço quando passar a crise, O CNE diz ser necessário pensar em um amplo programa de investimentos, "capaz de gerar milhões de empregos para reativar a economia".
A Eletrobras, "enquanto empresa pública e saudável", seria um dos instrumentos deste plano, se valendo de seguidos lucros como o recém divulgado do exercício de 2019, de R$ 10,7 bilhões, e diante de um caixa de R$ 10,8 bilhões.
A sugestão é que a estatal aproveite os 11 mil quilômetros quadrados das usinas hidrelétricas de Sobradinho, no Nordeste; Furnas, no Sudeste; Serra da Mesa, no Centro Oeste; e Tucuruí e Balbina, no Norte, para instalar painéis solares. "Se usar 10% da superfície desses reservatórios, seria possível adicionar ao Sistema Interligado Nacional (SIN) mais 2.200 megawatts de energia limpa e mais barata", afirma o CNE.
Os eletricitários querem ainda o resgate da atuação que a Eletrobras teve desde a sua criação na expansão do setor elétrico brasileiro, e lembram que durante o racionamento entre 2001 de 2002, a estatal foi responsável pela construção de inúmeros empreendimentos visando dar segurança ao sistema e a universalização do acesso à energia elétrica por todo o País.