Adversários históricos nas urnas, todos os senadores do PSDB se inscreveram para fazer perguntas à presidente afastada Dilma Rousseff durante o julgamento do impeachment nesta segunda-feira, 29. A bancada tucana tem hoje 11 senadores, entre eles o presidente da legenda, Aécio Neves (MG), que foi derrotado por Dilma nas eleições de 2014.
O PT também escalou toda a sua bancada de dez senadores para fazer questionamentos à presidente afastada. A ideia é que eles usem esse momento para fazer um contraponto aos ataques dos tucanos e de outros adversários.
Em sua pergunta, Aécio voltou a adotar o discurso de que Dilma mentiu durante a campanha para se eleger. “Não poderia imaginar que, depois de nos despedirmos do último debate (eleitoral de 2014), nos encontraríamos nessas condições”, disse. Nomes como Aloysio Nunes, Antonio Anastasia também já questionaram a presidente nesta segunda.
O PMDB, partido do presidente em exercício, Michel Temer, optou por não confrontar Dilma diretamente. Dos 16 senadores, apenas seis se inscreveram para sabatiná-la. As perguntas, no entanto, serão feitas por nomes aliados de Dilma, como a senadora Kátia Abreu (TO), ou figuras que não fazem parte do primeiro escalão da legenda, como o senador Waldemir Moka (MS).
Senadores de outros 12 partidos também estão na lista de inscritos, que já conta com 49 senadores. Até às 15h45, 16 parlamentares já haviam feito perguntas. Cada um tem cinco minutos para formular as questões e a presidente afastada pode usar o tempo que quiser para respondê-las.
Líder no número de inscritos, o PSDB não descarta a possibilidade de abrir mão de algumas perguntas, caso avalie que o julgamento está se estendendo demais ou que o momento está beneficiando Dilma.