O governo brasileiro tenta negociar a saída de cerca de 200 turistas presos no Marrocos devido a restrições impostas nas fronteiras para evitar a propagação do novo coronavírus no país. Alguns brasileiros relatam que foram expulsos de hotéis e, diante do fechamento do comércio, estão com dificuldades para encontrar o que comer.
Em um hotel quatro estrelas localizado em Marrakesh, foi divulgado um aviso de que o hotel estaria fechado a partir desta quinta-feira, 19, para seguir as determinações do governo marroquino. Um grupo de 15 brasileiros, então, ficou sem hospedagem.
De acordo com a administradora Priscilla Fraga Sallenave, a situação ocorreu com outros brasileiros, que também estão sem ter para onde ir e aguardam uma forma de deixar o Marrocos. Parte deles fez um vídeo no aeroporto de Casablanca, onde esperava pegar um voo que seria viabilizado pela Embaixada do Brasil nesta quinta-feira, o que acabou não se confirmando. Eles gravaram vídeos onde é possível ver as lojas fechadas.
"A embaixada nos pediu pra virmos de Marrakech a Casablanca porque um voo da Air Maroc iria nos repatriar. Pegamos nossos trocados e viemos em 4 horas de viagem há três dias. Hoje mandaram voltarmos para Marrakech porque com esse voo da Air Maroc eles não puderam nos repatriar", disse Priscilla ao Broadcast.
Segundo a administradora, a embaixada disse que iria tentar conseguir um novo voo do Brasil para buscá-los em Marrakech. "Até agora, nenhum voo saiu do Brasil para repatriar os brasileiros. Somos hoje mais de 230 brasileiros na mesma situação", contou.
Segundo uma fonte do Itamaraty, a ideia inicial era fazer uma negociação com a companhia aérea Royal Air Maroc para um voo de Casablanca para São Paulo, mas não foi possível. Agora, após negociações infrutíferas, diplomatas tentam um acordo para viabilizar um voo charter saindo de Marrakech. Não há garantia, entretanto, de que o voo realmente irá ocorrer.
Com restrições no mundo todo, o Itamaraty estima que milhares de turistas brasileiros estão sem ter como deixar os países que foram visitar. A instituição não possui, entretanto, um levantamento de quantas pessoas estão nessa situação. Nesta quinta, o governo brasileiro decidiu fechar todas as fronteiras terrestres, mas o espaço aéreo segue operando normalmente.