Três dos cinco candidatos à eleição municipal na capital paulista que lideram as intenções de voto se manifestaram até o momento sobre a votação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado: Fernando Haddad (PT), Luiza Erundina (PSOL) e João Doria (PSDB). A senadora Marta Suplicy (PMDB), que votou a favor da condenação de Dilma, e o deputado federal Celso Russomanno (PRB) ainda não falaram publicamente.
O candidato à reeleição pelo mesmo partido de Dilma, Fernando Haddad, afirmou minutos antes da votação do Senado que o afastamento é um “remédio amargo demais” para uma presidente que não cometeu crime de responsabilidade. “Não consigo verificar em dois ou três decretos razão suficiente para afastar um presidente eleito, que pode errar ou acertar, mas tem seu mandato para corrigir eventuais equívocos”, disse em entrevista à Rádio CBN.
Haddad disse ainda que a decisão do Senado abre um precedente para chefes do Executivo sofrerem o mesmo ataque no futuro. Ele classificou o afastamento de Dilma de um “golpe institucional”. “Eu sempre falei que a palavra golpe, sozinha, não ajuda o cidadão a entender o fenômeno”, disse.
Luiza Erundina (PSOL) divulgou uma nota afirmando que houve a consolidação de um golpe de Estado. “Um julgamento em que a sentença estava dada antes do início”, classificou. Para Erundina, a partir de agora um “pacote neoliberal” que beneficia uma elite política e econômica do País será colocado em prática. “A democracia precisa ser defendida com mais e mais afinco. Os golpistas não merecem trégua”, diz a nota.
João Doria (PSDB) fez uma transmissão ao vivo no Facebook após o resultado no Senado e voltou a falar que Dilma sai “pela porta dos fundos” pela má gestão administrativa. “O Senado Federal dá neste momento uma demonstração de espírito democrático votando sim pelo impeachment”, falou. Ele classificou a decisão de uma vitória da democracia.