Motoristas que transitam entre Sorocaba e Itu pela rodovia Waldomiro Correa de Camargo (SP-79) enfrentam uma série de perigos. No trecho mais crítico, de três quilômetros, há buracos, desníveis no asfalto, falta de acostamento e sinalização, veículos na contramão, pedestres e até animais na pista. As obras de duplicação, que custam ao governo estadual R$ 130,8 milhões, estão paradas há mais de um ano, segundo os usuários. Os trechos já duplicados se deterioram.
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) alega dificuldade para concluir as desapropriações e afirma que a obra parou em março de 2015. Quando a duplicação foi lançada, em 2012, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), a promessa era de conclusão até fevereiro de 2014.
Com o longo abandono, o mato ocupa os canteiros e o asfalto se esfarela. “Está um caos, tem trecho com mão dupla, trecho com mão simples, mas sem sinalização. Você está rodando e dá de cara com um caminhão na sua frente, na contramão”, reclama o mecânico Edno de Moraes, morador da região.
O frentista Otávio Moura já presenciou vários acidentes no trecho próximo do bairro Cajuru, em Sorocaba. “Tem atropelamento quase todo dia. No domingo (dia 21), duas motos bateram na rotatória que está mal sinalizada e uma delas ainda atingiu um pedestre.” Sem passarelas e faixas para pedestres, os moradores cruzam a rodovia onde conseguem, em meio ao trânsito. Moura conta que a rodovia é usada por caminhoneiros como rota de fuga do pedágio da rodovia José Ermírio de Moraes (SP-75), a Castelinho. “A ciclovia prevista no projeto original também não saiu.”
O trecho em obras está incluído em nova fase do programa de concessões rodoviárias do governo estadual que vai repassar à iniciativa privada mais 2.266 km de rodovias em todo o Estado e implicará instalação de 25 pedágios. A SP-79 faz parte do lote B e terá uma praça de pedágio no km 66, em Sorocaba, o que também preocupa os usuários. “É praticamente uma avenida entre bairros, como vão cobrar o pedágio?”, questiona o comerciante Pedro Cerqueira Cesar.
Desapropriação
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão do Estado responsável pela obra, informou que a duplicação exigiu a desapropriação de 15 áreas. Mas sete imóveis ainda estão em discussão na Justiça. O processo, segundo o DER, impede a entrada de frentes de serviço nesses trechos. Um dos lotes, de 11,5 km no valor de R$ 57 milhões, tem 96% dos serviços concluídos, e o outro, de 11,7 km no valor de R$ 73,8 milhões, registra 98% concluídos, de acordo com o órgão. O DER informou ainda que vai solicitar reforço na sinalização para garantir a segurança dos usuários.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.