A ex-presidente Dilma Rousseff alterou a data de sua mudança a Porto Alegre de domingo, 4, para a manhã de terça-feira, 6, horas antes do retorno do presidente Michel Temer, que está na China, a Brasília. A informação sobre o atraso da mudança foi enviada pela equipe de Dilma a petistas que programaram um ato de apoio a ela em Porto Alegre.
Detalhista, Dilma está encaixotando livros e alguns pertences mais delicados com muito cuidado e não quer que ninguém a ajude nesta tarefa. Integrantes do PT e de movimentos sociais que se preparavam para recepcioná-la às 17h de domingo, no Terminal 2 do aeroporto de Porto Alegre, foram informados de que ela agora só deve chegar na terça.
Dilma vai morar em Porto Alegre, em seu antigo apartamento do bairro Tristeza, de classe média. Planeja, porém, passar temporadas no Rio de Janeiro. Sua mãe, Dilma Jane, que tem 93 anos e vive com ela no Alvorada, possui um apartamento na Zona Sul do Rio. A ex-presidente disse que fará “oposição incansável” ao governo Temer, defendendo novas eleições diretas.
O Rio é considerado um local mais estratégico para Dilma se movimentar na cena política. Foi com esse objetivo que o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) também acabou se mudando de Porto Alegre para a capital fluminense no ano passado.
É na capital gaúcha, no entanto, que vivem a filha de Dilma – a procuradora do Trabalho Paula -, os netos Gabriel e Guilherme e seu ex-marido Carlos Araújo. A petista é apaixonada pelas duas crianças. “Neto é filho com assistência técnica”, costuma repetir.
Dilma levará para Porto Alegre sua cachorra da raça dachshund Fafá, que achou na rua, numa caminhada, quando ainda era ministra da Casa Civil. Herdado de José Dirceu – ex-ministro que hoje está preso -, o labrador Nego, de 13 anos, permanecerá em Brasília.
Nego ficou famoso ao protagonizar cenas do programa eleitoral de TV, na campanha de 2010, quando o marqueteiro João Santana adotou a estratégia de “humanizar” a candidata do PT.