Desenvolvido para combater seu parente selvagem, transmissor da dengue, chikungunya e zika, o mosquito Aedes aegypti geneticamente modificado começou a ser solto nesta terça-feira, 6, na região central e em outros dez bairros de Piracicaba, interior de São Paulo. A área tratada abrange 60 mil moradores.
O projeto, da prefeitura em parceira com a empresa Oxitec, é realizado desde março de 2015 no bairro Cecap/Eldorado, na periferia, e apresentou redução de mais de 80% na infestação do transmissor.
Inicialmente, serão soltos 2 milhões de exemplares por semana na nova região. Assim que a fábrica de Aedes transgênicos entrar em operação, em novembro, a quantidade será aumentada para ao menos 10 milhões por semana. De acordo com o gerente do projeto, Guilherme Trivellato, o uso do mosquito modificado deve apresentar os primeiros resultados, com a queda na população de transmissores, num período de três a seis meses.
Ele disse que, durante as últimas treze semanas, a população foi orientada sobre a soltura e os impactos a serem produzidos. “Explicamos que o nosso Aedes é o mosquito macho, que não pica as pessoas, portanto é incapaz de transmitir doenças.” Segundo Trivellato, é deixado claro que a população tem de continuar fazendo sua parte na eliminação de possíveis criadouros.
O mosquito desenvolvido pela Oxitec, que foi registrado com o nome de Aedes do Bem, age no controle da população de mosquitos selvagens. Ao serem liberados na áreas urbanas, os machos buscam e copulam com as fêmeas, transmitindo aos descendentes um gene autolimitante, que faz com que eles morram antes de atingirem a idade de reprodução.
Os filhotes também herdam um marcador fluorescente que permite que sejam identificados em laboratório, possibilitando o rastreamento e avaliação da eficácia no controle populacional. De acordo com a Oxitec, os estudos demonstraram que o Aedes transgênico não causa impacto ambiental, já que seus descendentes não persistem no ecossistema