A Eletrobras publicou nota nesta segunda-feira, 13, negando as acusações feitas pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, de que o diretor da geração da estatal, Valter Luiz Cardeal, teria pressionado a empreiteira a doar recursos para o PT. O pedido de doação teria ocorrido durante as negociações do contrato para a construção da usina nuclear de Angra 3. A acusação foi feita por Pessoa durante depoimento em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato, conforme matéria publicada pela revista Veja neste fim de semana.
Na nota, a Eletrobras alega que a matéria “se baseia apenas em acusações de corruptos confessos, que não apresentam provas” e afirma que o contrato de Angra 3 “tem sido objeto de acusações não provadas há algum tempo”. A estatal lembra que enviou Comunicado ao Mercado no dia 29 de abril deste ano relatando ter solicitado informações à Polícia Federal e ao Ministério Público sobre eventuais acusações à empresa e seus projetos dentro da Lava Jato.
Segundo a estatal, como não houve acesso aos documentos das investigações, a própria Eletrobras contratou o escritório de advocacia Hogan Lovells, especializado em investigações corporativas a fim de apurar eventual existência de irregularidades no empreendimentos dos quais a empresa participa. Cardeal também é presidente do conselho de administração da Norte Energia, responsável pela Usina de Belo Monte.
O relatório do escritório será supervisionado por uma Comissão Independente para Gestão de Investigação ainda a ser designada antes de ser enviado ao Conselho de Administração da Eletrobras. Por fim, a nota acrescenta que a estatal “permanece à disposição dos órgãos de controle e da Justiça para colaborar com quaisquer investigações sempre que for acionada”.