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Valério pode dar novas informações em depoimento a Moro, diz advogado

O ex-empresário Marcos Valério Fernandes de Souza vai manter em depoimento nesta segunda-feira, 12, ao juiz Sérgio Moro, o que já disse como réu na Operação Lava Jato. Ele poderá, no entanto, prestar novas informações dentro do processo “dependendo do que for perguntado”, afirma o advogado de Valério, Marcelo Leonardo. O interrogatório está marcado para a tarde desta segunda em Curitiba.

Informações repassadas pelo ex-empresário à Justiça em setembro de 2012, durante as investigações do mensalão, foram utilizados na deflagração da Operação Carbono 14, a 27ª da Lava Jato. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares também será ouvido nesta segunda por Moro.

Na Lava Jato, Valério é acusado de lavagem de dinheiro por ter participado de operação ilícita para repasse de R$ 6 milhões ao empresário Ronan Maria Pinto, dono de empresas de ônibus no ABC paulista. Os recursos foram utilizados na compra do controle acionário do jornal Diário do Grande ABC e na aquisição de ônibus para as empresas de transporte público de Pinto.

O Ministério Público Federal afirma que o dinheiro tinha origem no esquema de corrupção na Petrobras e foi levantado pelo PT no banco Schahin por empréstimo fraudulento realizado em nome do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Procuradores afirmam que a dívida não foi paga diretamente, mas sim com um contrato da estatal dirigido para o Grupo Schahin de operação de um navio-sonda, usado para explorar petróleo em alto mar – negócio de US$ 1,6 bilhão, fechado em 2009.

Marcos Valério e Delúbio são réus por terem participado dessa operação de repasse de metade dos R$ 12 milhões para Ronan Maria Pinto – preso em abril, na 27ª fase, batizada de Operação Carbono 14.

Marcos Valério foi condenado a 37 anos de prisão por envolvimento no esquema no mensalão do PT. O ex-empresário cumpre pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande Belo Horizonte. Marcos Valério responde ainda por peculato e lavagem de dinheiro no mensalão mineiro. Nesse caso, porém, ainda não houve condenação.

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