A Polícia Federal está alerta com movimentos organizados para insuflar manifestações públicas violentas nas ruas e a divulgação de falsas informações para tumultuar as investigações da Operação Lava Jato – que chegou na última semana ao seu ápice ao deflagrar a 24ª fase batizada de Operação Aletheia.
Nela, a força-tarefa de procuradores e delegados investigam o suposto envolvimento do maior líder popular do Brasil o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema sistematizado de cartel e corrupção na Petrobras, mantido por empreiteiros em conluio com partidos da base aliada – em especial, o PT, PMDB e PP.
O setor de inteligência das autoridades de segurança federal e em Curitiba – sede da Lava Jato – identificaram contatos entre grupos organizados para radicalizar as manifestações marcadas para o domingo, 13 de março, contra e em defesa do governo Dilma Rousseff, na capital paranaense.
Na semana passada, ao decretar a necessidade de condução coercitiva de Lula para depor, em São Paulo, o juiz federal Sérgio Moro – que conduz os processos da Lava Jato, em Curitiba – considerou os riscos de tumulto e confrontos, com base em informações levantadas pela força-tarefa.
Investigadores monitoraram movimentos organizados de enfrentamento às investigações, diante da possibilidade de prisão do ex-presidente. Houve confrontos em mais de um ponto de São Paulo.
Na segunda-feira, 14, está marcado também um depoimento do ex-presidente Lula para o juiz federal Sérgio Moro, em processo em que seu amigo José Carlos Bumlai é réu. O ex-presidente será ouvido como testemunha de defesa do pecuarista em vídeo-conferência. Por uma câmera, o petista falará ao vivo de São Paulo com o juiz da Lava Jato, em Curitiba.
Prevenção
A Polícia Militar do Paraná vai dobrar o efetivo deslocado para a Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba,em relação à outras manifestações ocorridas na cidade.
No mesmo local estão marcadas duas manifestações e a maior preocupação é que exista confronto entre os grupos pró-impeachment da presidente e a favor do governo. Uma manifestação para protestar contra o atual governo e contra desvios da Petrobras está marcada agendada às 14h.
Grupos defensores do PT e da atual administração têm manifestação deve ocorrer às 17h. O primeiro ato conta com apoio de movimentos ligados PSDB e partidos de oposição. O segundo terá participação de membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O MST e a CUT negam qualquer incitação à violência. A central sindical afirma que a manifestação do dia 13 tem como objetivo a “defesa dos Direitos, da Petrobras, da Democracia e da Reforma Política”. O movimento é nacional e acontece nas demais capitais brasileiras.
Contra
As manifestações em Curitiba contra o governo Dilma foram organizadas por redes sociais, pelos grupos Vem Pra Rua (VPR) e Brasil Livre. Na página do Facebook os eventos “Mega Manifestação em Curitiba” tem mais de 14 mil e 11 mil pessoas confirmadas, respectivamente.
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que a PM preparou esquema de segurança especial para a manifestação com patrulhamento a pé, com motos, viaturas, módulos móveis e helicóptero do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas.
Os trabalhos serão coordenados pelo 12º Batalhão. O comandante da unidade, tenente-coronel Antônio Zanatta Neto, afirmou que “será garantido o direto à manifestação, mas inibidos atos de vandalismos e depredação do patrimônio público”.
“Estamos abertos ao diálogo, queremos que seja um ato pacífico sem situações de tumultos, brigas e confusões. A PM vai acompanhar e agir somente se necessário”, afirmou o tenente-coronel Zanatta. No ano passado, a manifestação realizada no dia 15 de março reuniu cerca de 80 mil pessoas, segundo a PM.