Foragido da Justiça, o prefeito afastado de Montes Claros (MG), Ruy Muniz (PSB), poderá reaparecer e fazer campanha eleitoral nas barbas da Polícia Civil de Minas a partir de sábado, dia 17. Candidato à reeleição, ele poderá se beneficiar de uma regra da legislação eleitoral: nos 15 dias que antecedem o pleito, marcado este ano para 2 de outubro, nenhum concorrente a cargo eletivo pode ser preso ou detido – salvo em caso de flagrante delito.
Muniz foi alvo nesta quinta-feira, 15, de um mandado de prisão, o segundo neste ano, decretado na Operação Tolerância Zero. Os policiais, contudo, não o encontraram. O prefeito ganhou visibilidade nacional ao ser elogiado pela mulher, a deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG), na sessão da Câmara que aprovou o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 17 de abril. No dia seguinte ele foi preso pela primeira vez, pela Polícia Federal, por suposto uso de verba pública para favorecer hospitais privados a ele ligados.
Muniz foi solto em julho, por ordem do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), e lançou sua candidatura. O novo mandado de prisão foi por ordem do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Conforme as investigações da Polícia Civil de Minas, o prefeito é suspeito de fraudes na compra de combustíveis pela Empresa Municipal de Serviços, Obras e Urbanização de Montes Claros (Esurb).
Foram presos nesta quinta-feira o filho de Ruy Muniz, Ruy Gabriel Queiroz Muniz, um assessor e o diretor da Esurb.
Procurada, a assessoria da prefeitura de Montes Claros informou que não iria comentar o caso. A reportagem também entrou em contato com o gabinete de Raquel Muniz, mas foi informado que a deputada ainda não tinha um posicionamento.