A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) perderam posições no ranking de melhores instituições de ensino do mundo. É o que mostra a lista da revista britânica Times Higher Education (THE), uma das principais em avaliação do ensino superior no mundo. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 21.
Neste ano, a USP aparece em um grupo que está entre 251 e 300 melhores universidades. Após a posição nº 200, o ranking deixa de considerar as instituições de forma unitária e passa a considerá-las por grupos. No ano passado, a universidade aparecia no grupo 201-250.
É o pior resultado da USP desde 2012. Naquele ano, a instituição ficava em 158º lugar na lista. Mesmo assim, continua sendo a melhor universidade da América Latina, seguida pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A instituição de Campinas caiu do grupo 351-400 para 401-500, deixando a USP como a única entre as 400 melhores do mundo.
O THE informou à reportagem que fez correções em seu ranking de 2015. No ano passado, havia sido divulgado que a universidade já tinha caído para a posição 251-300. Mas naquele ano a instituição se manteve, na verdade, no grupo 201-250, perdendo a posição só agora.
A novidade neste ano é a inclusão de duas instituições públicas paulistas entre as 800 melhores – a Universidade Federal do ABC (UFABC) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A avaliação do THE utiliza informações como número de citações em pesquisa, o nível de internacionalização, o grau de titulação dos professores, a transferência de conhecimento para a sociedade e outros aspectos.
O ranking geral ainda mostra universidades americanas e do Reino Unido no topo. Entre as 10 principais instituições, seis são americanas: Instituto de Tecnologia da Califórnia (2º), Universidade de Stanford (3º), MIT (5º), Universidade de Harvard (6º), Universidade de Princeton (7º) e Universidade de California, Berkeley (10º). No primeiro lugar está a Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Além das instituições tradicionais, a edição deste ano aponta para uma melhora das universidades asiáticas, que têm ganhado posições nas últimas edições: a Universidade Nacional de Cingapura, por exemplo, subiu de 26º para 24º lugar. A Universidade de Pequim, na China, melhorou e foi do 42º lugar para 29º.
“O Brasil precisará trabalhar duro para melhorar suas universidades à medida que a concorrência global fica mais acirrada caso queira alcançar a mesma tarefa ambiciosa”, analisa o editor do ranking, Phil Baty.
Apesar das inclusões, o editor faz ressalva às pioras das instituições brasileiras. “O Brasil perdeu terreno. Ambas de suas instituições líderes, a USP e a Unicamp, perderam posições, o que significa que existe apenas uma universidade brasileira dentre as 400 melhores, uma a menos do que no ano passado. No total, um terço de seus representantes caiu para um grupo inferior.”
Neste ano, a USP já perdeu posições em outro ranking da revista, que mede reputação acadêmica. A universidade caiu da faixa 51-60 para a faixa 91-100 em relação ao ano passado. O ranking existe desde 2011 e a USP foi inserida na relação em 2012. Harvard, nos EUA, ficou com o primeiro lugar.
Contraponto
Os dados contrastam com os resultados de outro ranking internacional, o QS World University, da publicação britânica Quacquarelli Symonds (QS). Nesta lista, a USP saiu do 143º lugar em 2015 para 120º neste ano, melhor posição já conquistada desde 2010, quando o ranking passou a ser divulgado. A Unicamp também melhorou: foi de 195º para 191º. Esta pesquisa considera também, além da reputação acadêmica e citações de artigos científicos, a reputação entre empregadores e proporção entre professores e alunos e número de estudantes e professores estrangeiros.