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Professora morre depois de tentar parto humanizado por 48h

A professora de enfermagem da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Mariana de Oliveira Fonseca Machado, de 30 anos, morreu na terça-feira, 21, após tentar fazer um parto humanizado em sua casa, em São Carlos, no interior de São Paulo.

Mariana, que também era especialista em Saúde da Mulher e vice coordenadora do curso de enfermagem da universidade, queria ter o filho em casa. Ela contratou uma doula (parteira) e tentou por 48 horas dar à luz na tentativa de fazer um parto humanizado, mas não conseguiu pois teria apresentado dificuldades e precisou ser levada para a Casa de Saúde e Maternidade de São Carlos, onde passou por uma cesariana. A criança, uma menina, nasceu saudável, no dia 11 de julho.

A professora não conseguiu se recuperar e, por causa da gravidade de suas condições clínicas após a cirurgia, teve de ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Casa de Saúde. Dias depois, com o agravamento de seu estado de saúde, seu marido, um médico anestesista, pediu a transferência de Mariana para o Hospital de Base (HB) de São José do Rio Preto. Segundo o HB, ela deu entrada “em estado muito grave” em 18 de julho, e veio a falecer na última terça-feira, 21.

O HB informou que a família não permitiu divulgar a situação clínica da paciente, cujo estado de saúde foi deteriorando no decorrer dos dias de internação. A causa da morte será confirmada em 60 dias após a conclusão dos exames de necropsia pelo Instituto Médico Legal (IML) de São José do Rio Preto, para onde o corpo foi levado.

Mariana foi enterrada na cidade de Patrocínio, no interior de Minas Gerais, onde moram seus familiares, que não quiseram falar sobre o caso.

Como a família não permitiu que os hospitais divulgassem dados do atendimento de Mariana, a natureza e a causa das complicações não foram reveladas, assim como o nome da parteira que a acompanhou. No entanto, já se sabe que ela teria sofrido uma parada cardiorrespiratória.

A Casa de Saúde divulgou nota afirmando que o parto foi realizado “sem nenhuma intercorrência”. “No entanto, no processo pós-cirúrgico, devido ao quadro clínico da paciente, foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva -UTI Adultos”, onde permaneceu internada até dia 18, “quando foi transferida, a pedido da família, para o Hospital de Base de São José do Rio Preto”.

O caso de Mariana se assemelha ao da fotógrafa australiana Caroline Lovell, 36 anos, defensora do parto domiciliar, que morreu após o nascimento de sua segunda filha, em sua casa, em Melbourne, na Austrália. Caroline, que estava na companhia de parteiras, também chegou a ser levada para o hospital e, assim como Mariana, não resistiu. A filha de Caroline, nasceu saudável.

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