O governo da Grécia está considerando apresentar novas propostas fiscais aos seus credores na segunda-feira, no que pode ser o último esforço de Atenas para evitar o controle de capitais e um calote internacional, disseram dois funcionários gregos.
Membros do governo grego estão elaborando juntos um plano que eles esperam que alcance os objetivos orçamentários que os credores internacionais do país querem.
As novas propostas gregas incluem a eliminação de muitos benefícios fiscais, incluindo a diminuição das isenções dos impostos sobre rendimentos, patrimônios, combustíveis e vendas no varejo.
As receitas extraordinárias que este movimento poderia conseguir permitiria cortes menores em pensões, o que torna o pacote politicamente menos doloroso para o governo.
Os credores internacionais pressionam para que Atenas diminua os seus gastos com previdência, o que desagrada o governo do premiê Alexis Tsipras.
O governo grego deve discutir novamente as propostas no domingo pela manhã. Não está claro se o gabinete de Tsipras irá endossar o plano, que estava sendo preparado no fim de semana pelo vice-primeiro-ministro, Yannis Dragasakis, e outros funcionários que são considerados entre os membros mais pragmáticos do governo.
A Grécia está sob forte pressão para convencer seus credores que pode atingir alvos fiscais ambiciosos. Na segunda-feira, duas reuniões estão marcadas para tratar do assunto. Pela manhã, a discussão será feita por ministros das Finanças da zona do euro. No fim do dia, é a vez dos chefes do governo da região debater a crise grega.
Encontrar medidas para atingir esses objetivos orçamentários se tornou a condição crucial para desbloquear a extensão da ajuda internacional para a Grécia, sem a qual o país teria de declarar calote de suas dívidas nas próximas semanas, incluindo amortizações de empréstimos para o Fundo Monetário Internacional (FMI) em 30 de junho e em obrigações detidas pelo Banco Central Europeu (BCE) em julho e agosto.
A falta de acordo na segunda-feira poderia rapidamente levar a Grécia a estabelecer controles de capital. Segundo os funcionários, que falaram sob condição de anonimato, o BCE se tornou cada vez mais impaciente com o que vê como “obstrução e retórica” de Tsipras, numa altura em que os depósitos estão fugindo bancos gregos a uma taxa de cerca de 1 bilhão de euros por dia. Fonte: Dow Jones Newswires.