Economia

Ato anti-Dilma tenta pressionar deputados

Movimentos que organizaram este ano três grandes atos em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff programaram uma manifestação hoje, 15, em Brasília, na data da Proclamação da República. O protesto deverá ficar restrito a uma mobilização no gramado em frente ao Congresso Nacional, onde integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) e do Revoltados On line estão acampados há mais de um mês.

Além de Brasília, há atos programados para outras capitais do País, mas a expectativa é de uma adesão bem menor em relação aos protestos anteriores – em março, abril e agosto -, no momento em que a investida pelo impedimento da presidente sofre um refluxo nas instâncias formais e as atenções se voltam para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. O peemedebista, no entanto, não deverá ser o foco dos manifestantes, que preferem manter a pauta do impeachment de Dilma.

De acordo com Renan Santos, um dos líderes do MBL, a estratégia agora é a realização de ações pontuais. “Nós fizemos as três maiores manifestações do Brasil. Não precisamos fazer uma quarta para mostrar que as pessoas estão indignadas”, disse. “O que precisamos é de pressão direta sobre os parlamentares. Não é uma mudança de intensidade. É de natureza mesmo.”

O ato na capital federal vai contar com dois trios elétricos. Um boneco inflável que faz alusão à presidente será levado para o local. Segundo a porta-voz da Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos, Carla Zambelli, líderes de outros grupos anti-Dilma e organizadores da greve dos caminhoneiros vão participar do protesto.

De acordo Jailton Almeida, porta-voz do Vem Pra Rua, o movimento pretende colher assinaturas de apoio ao projeto do Ministério Público Federal com 10 medidas de combate à corrupção. A ideia, explica Almeida, é recolher 1,5 milhão de apoiamentos, para apresentar a proposta como projeto de iniciativa popular. Até o momento, ele afirma que já foram colhidas 600 mil assinaturas.

Acampamento

Apesar de ter autorização do presidente da Câmara, o acampamento contraria ato do Congresso Nacional de agosto de 2001, que proíbe montagem de tendas ou similares no gramado em frente aos prédios das duas casas legislativas.

Anteontem, 13, a Polícia Militar apreendeu uma pistola 380 e armas brancas no carro de um policial militar reformado que estava no acampamento. Ele foi levado para a 5.ª Delegacia de Polícia Civil.

O episódio levou o líder do PT na Câmara, Sibá Machado, a pedir ao Ministério da Justiça e ao governo do Distrito Federal que acionem as polícias Federal e Civil para investigar a atuação dos movimentos que estão acampados no local.

Também anteontem, 13, houve um princípio de confusão e troca de ameaças entre um grupo que defende a intervenção militar no País e membros da Juventude Socialista Brasileira (JBS). A JBS e outros movimentos como a UNE e CUT promoveram passeatas em defesa do mandato de Dilma e pedindo a saída de Cunha da presidência da Câmara.

No Recife, está previsto para o fim da manhã um buzinaço na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul da cidade. Em São Paulo, poderão ocorrer atos de protesto na Avenida Paulista e no Parque do Ibirapuera. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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