O Itaú Unibanco confirmou que os acionistas do chileno CorpBanca, controlado pela família Saieh, aprovaram a fusão com a sua unidade no Chile, o Bic, em assembleia realizada nesta sexta-feira, 26. Conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, mais de 88% deles deram aval para a transação. A expectativa de ambas as parte, segundo comunicado do Itaú, é de que a conclusão ocorra em janeiro de 2016, dois anos após o anúncio da fusão.
A entidade resultante da incorporação será denominada Itaú CorpBanca, terá US$ 48 bilhões em ativos, uma carteira de crédito total de US$ 33 bilhões e aproximadamente US$ 28 bilhões em depósitos. Pelo critério de volume de empréstimos, será o quarto maior banco privado no Chile e o quinto maior privado na Colômbia, com uma rede de 226 agências e 172, respectivamente.
“A aprovação dos termos propostos para a fusão pelos acionistas do CorpBanca representa um passo decisivo na criação de um líder bancário regional. Esta transação é consistente com a estratégia do Itaú Unibanco de expandir significativamente a presença na América Latina”, afirma Roberto Setubal, CEO do Itaú Unibanco Holding, em nota à imprensa.
O Itaú terá participação de 33,58% no capital social do banco resultante da fusão e reafirmou que estima sinergias anuais de US$ 100 milhões antes de impostos após a conclusão da integração das duas instituições. Além disso, conforme comunicado ao mercado, também prevê melhores custos de funding e maior capacidade de alavancagem do capital de Nível 1.
O Itaú CorpBanca terá um Conselho de Administração com 11 membros, acima dos nove anteriores. O aumento também foi aprovado na assembleia realizada hoje.
A demora na concretização da fusão do Bic com o CorpBanca vinha desagradando ao Itaú, uma vez que já tinha elevado os custos da transação, conforme fontes do mercado. Além de processos de minoritários questionando a operação, o Itaú ainda teve de oferecer benefícios adicionais para os acionistas do CorpBanca para que conseguisse avançar na conclusão da fusão em meio às discussões por conta de diferenças na avaliação de ativos. No inicio do mês, o Itaú propôs o pagamento de um dividendo adicional à fatia de 50% do lucro de 2014 do CorpBanca de cerca de US$ 395 milhões, acima dos US$ 300 milhões propostos anteriormente, conforme fato relevante do dia 7 de maio.
A assembleia realizada hoje era o passo que faltava para a autoridade regulatória competente no Chile, a Superintendência de Bancos e Instituições Financeiras (SBIF), aprovar a transação. Tanto o Banco Central no Brasil como os órgãos responsáveis no Panamá e na Colômbia já tinham aprovado.
Na qualidade de acionista controlador do Banco Itaú Chile, o Itaú Unibanco aprovará a fusão em Assembleia Extraordinária de Acionistas do Banco Itaú Chile a ser realizada em 30 de junho. O Itaú desembarcou no Chile em 2007 após a aquisição do BankBoston um ano antes.