A decisão de quinta-feira, 25, à noite, do Conselho Monetário Nacional (CMN) de reduzir de 2 pontos porcentuais para 1,5 ponto a banda de tolerância da inflação em 2017, para cumprimento da meta de 4,5%, foi bem recebida pelo mercado financeiro nesta sexta-feira, 26. As taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais longos refletiram isso e recuaram, a despeito de, em Nova York, os yields (retornos) dos Treasuries (títulos americanos) subirem.
No fim da sessão regular da BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em outubro de 2015 estava em 14,050%, ante 14,029% do ajuste de ontem, enquanto o DI para janeiro de 2016 marcava 14,30%, ante 14,29%, e o vencimento para janeiro de 2017 indicava 14,05%, ante 14,06%. Na ponta mais longa da curva a termo, os contratos refletiram melhor a mudança anunciada pelo CMN, com as taxas com baixas firmes: o DI para janeiro de 2021 terminou a 12,68%, ante taxa de 12,82% da véspera. Na prática, como a margem de tolerância da inflação para 2017 caiu, também diminuiu o prêmio de risco dos contratos mais longos de DI.
Profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, afirmaram que a medida do CMN reforça a credibilidade do governo e a percepção, entre os investidores, de que a equipe econômica fará o necessário para conter a inflação.
Hoje, aliás, foi um dia marcado por poucos indicadores relevantes. O único ligado a preços foi o Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M) medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que subiu 1,87% em junho, mostrando aceleração ante alta de 0,45% em maio. Do lado da atividade, a confiança do consumidor em junho ante maio cedeu 1,4% e a confiança do setor de construção subiu 0,1% em junho ante maio, também conforme a FGV.
Em Nova York, os yields dos Treasuries seguiram com ganhos firmes, dando continuidade ao movimento de ontem. A expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) possa subir juros nos próximos meses, talvez já em setembro, foi reforçada hoje pelo índice de sentimento do consumidor medido pela Universidade de Michigan, que subiu aos 96,1 em junho, acima da previsão de 95. No fim da tarde, a taxa do T-Note de 10 anos estava em 2,4765%, ante 2,401% de ontem.