Economia

Emissões do setor elétrico têm exame em tempo real

De 2011 a 2014, as emissões de gases de efeito estufa do setor elétrico no Brasil cresceram 171%, enquanto a geração de energia subiu só 11%. A quantidade de gás carbônico (CO2) emitido por gigawatt de energia passou de 32,26 para 133. Tradicionalmente limpa, a matriz elétrica do País está ficando suja.

Dados como esses, na escala de anos, meses, semanas e dias, estão disponíveis a partir desta quinta, 19, em uma nova ferramenta que monitora a geração e as emissões do setor no País. Trata-se de um subproduto do Seeg – sistema que estima desde 2013 as emissões anuais de gases de efeito estufa brasileiras.

O levantamento, que traz dados totais e por setor, é feito paralelamente ao oficial do governo federal e tem oferecido essas informações de modo mais ágil. Hoje também será divulgado o relatório de 2014. “Ter os dados anuais mostram a tendência e são importantes. Mas aí as coisas já aconteceram. O que vemos em tempo real é que as decisões que são tomadas no dia a dia têm um tremendo impacto nas emissões”, diz Tasso Azevedo, coordenador do Seeg. “Isso acontece com o consumo de combustíveis, com a energia elétrica. Se mudar o preço do álcool ou da gasolina, por exemplo, muda a emissão. A gente queria capturar isso para fazer esse debate sobre as emissões e as decisões que a gente está tomando”, ressalta.

O produto é o primeiro do que deve se tornar a série Seeg Monitor. “Começamos com o setor elétrico porque foi onde houve mais variação. Onde mais cresceram as emissões nos últimos quatro anos. E isso varia todo dia, toda semana, todo mês, com base nas decisões tomadas”, diz Azevedo.

“Olhando para o monitor a gente consegue visualizar bem o que é a crise do setor elétrico”, comenta Larissa Rodrigues, do Greenpeace. A ONG colaborou com a elaboração da ferramenta, que foi capitaneada pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema).

Eólica

O levantamento mostra que, entre 2011 e 2014, a geração de eletricidade por fontes renováveis (hidráulica incluída) diminuiu 6,8%, por causa da seca. Outras fontes renováveis, principalmente eólica, subiram 67,2%. Mas a produção em termoelétricas cresceu 171,2%. Os dados estão no site: monitoreletrico.seeg.eco.br. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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