Foi dada a largada para o processo de aperfeiçoamento do Novo Mercado, o segmento premium de governança corporativa da bolsa brasileira. Depois de anunciado o resultado da audiência restrita do programa de governança de companhias estatais, lançado em abril, a BM&FBovespa anunciou nesta terça-feira, 30, o início dos estudos para melhoria do Novo Mercado.
“Temos o compromisso de deixar o Novo Mercado sempre novo e bom para todas as empresas. A confiança é a base para o mercado de capitais, com regras do jogo mais claras”, destacou o diretor-presidente da Bolsa, Edemir Pinto. O início do processo de aperfeiçoamento do Novo Mercado foi antecipado na semana passada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
O Novo Mercado foi lançado em 2000 e a primeira listagem ocorreu dois anos depois, com a CCR. O segmento é considerado um marco para o mercado de capitais brasileiro, principalmente por ter superado a falta de confiança do investidor estrangeiro, que a partir desse momento passou a investir diretamente na bolsa brasileira, sendo até hoje responsável por volumes significativos de negociação e por ser o grande comprador em ofertas iniciais de ações.
O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Leonardo Pereira, disse que o movimento de sempre questionar e refletir sobre as regras é fundamental, visto que tanto o mercado de capitais como a sociedade são dinâmicos.
Segundo Edemir Pinto, o objetivo da Bolsa é estimular o mercado de forma a levar as companhias a alcançarem melhores práticas de governança corporativa.
Um dos primeiros passos, de acordo com a Bolsa, será identificar as práticas adicionais já adotadas pelas companhias listadas nos segmentos especiais.
A audiência pública sobre o processo de aprimoramento do Novo Mercado terá início no primeiro semestre de 2016. Já no segundo semestre do ano que vem está prevista a audiência restrita com as companhias listadas nos segmentos especiais. Para qualquer mudança de uma regra no contrato desses segmentos é preciso a anuência de dois terços das companhias já listadas.