Os professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) decidiram paralisar as atividades na próxima semana, depois de deliberarem que não irão aceitar a proposta da reitoria de reajuste salarial de 3%. O Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Estadual de Campinas (STU) também está em greve desde a última segunda-feira, por não aceitar a proposta.
“O reajuste é insuficiente e representa arrocho salarial aos professores e funcionários. Há muito tempo nós sindicatos já falávamos que precisariam alterar a forma de financiamento das universidades porque elas entrariam em colapso, nada foi feito e agora estamos vivendo essa situação”, disse Paulo Cesar Centoducatte, presidente da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp).
Segundo Centoducatte, os professores aprovaram em assembleia nesta quarta-feira, 25, a paralisação de três dias (30 e 31 de maio e 1º de junho) e depois decidir se entram em greve.
O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), composto por USP, Unicamp e Unesp, apresentou a proposta de reajuste de 3% e disse que está fazendo um “esforço para atenuar as perdas salariais” dos últimos 12 meses, considerando que as instituições enfrentam a “pior crise econômica da história da autonomia universitária”.
O governo do Estado de São Paulo vive a pior queda de receita em 13 anos e, com isso, as três universidades paulistas receberam no primeiro quadrimestre de 2016 o menor repasse de dinheiro em sete anos. Juntas, as instituições receberam R$ 2,89 bilhões entre janeiro e abril, menor valor para o período desde 2009, quando o repasse foi de R$ 2,77 bilhões, em valores corrigidos pela inflação.
Ocupação
Desde o dia 11, os alunos da Unicamp ocupam o prédio da reitoria contra os corte de R$ 40 milhões em verbas da universidade, falta de cotas sociais, congelamento de concursos, não reposição de professores aposentados e pela ampliação e melhorias na moradia estudantil.
Na USP, professores e funcionários também estão em greve contra o reajuste salarial de 3% e os alunos ocupam ao menos cinco prédios de cursos contra os cortes de verbas da universidade, não reposição de professores, política de cotas sociais e permanência estudantil.