O dólar exibiu uma trajetória firme de elevação na sessão desta quarta-feira, 1, após duas quedas seguidas e depois de ter fechado junho num patamar menor do que o do final de maio. A alta foi sustentada pelo comportamento da moeda no exterior, após dados fortes do mercado de trabalho norte-americano.
O dólar balcão terminou com valorização de 1,13%, a R$ 3,1440, na máxima. Na mínima, marcou R$ 3,098. No ano até hoje, tem alta acumulada em 18,42%. No mercado futuro, a moeda para agosto marcava ganho de 1,19%, a R$ 3,1765.
Na abertura, a moeda ensaiou uma queda, num movimento de realização de lucros após a alta de 17,10% acumulada no ano até ontem. Mas a divisa diminuiu as perdas e depois virou, com o relatório ADP de criação de emprego privado nos Estados Unidos mostrando geração de 237 mil postos, acima da estimativa de 220 mil.
Saíram ainda nos EUA o índice de atividade do setor de manufatura dos EUA medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM), que subiu para 53,5 em junho, de 52,8 em maio, acima da previsão de alta para 53,2; e os investimentos em construção no país, com alta de 0,8% em maio ante abril, para US$ 1,036 trilhão, o maior patamar desde outubro de 2008, superando a previsão de alta de 0,5%. Crescem assim as apostas para o início do aperto monetário nos EUA ainda este ano, provavelmente em setembro.
A moeda depois ampliou as altas com os dados do fluxo cambial e renovou máximas até pouco depois da divulgação da balança comercial, mesmo tendo o superávit de junho superado a mediana das projeções.
Pelos dados do Banco Central, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 3,933 bilhões em junho até dia 26. No fechamento de maio, o resultado também havia sido negativo, em US$ 2,077 bilhões. Já o MDIC informou que a balança foi superavitária em US$ 4,527 bilhões em junho, ante mediana de US$ 4 bilhões. O superávit da balança comercial em junho decorreu de exportações de US$ 19,628 bilhões e importações de US$ 15,101 bilhões. No ano, o resultado está positivo em US$ 2,222 bilhões.
“Pela manhã, houve certa pressão de baixa nos momentos da tomada da ptax pelo Banco Central. Isso segurou as cotações. Definida a ptax, a moeda ficou mais livre para subir”, comentou um profissional ouvido pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, durante a tarde.