O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira, 24, que sua defesa deverá recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e ao Supremo Tribunal Federal (STF), questionando o processo contra ele no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. O peemedebista classificou a representação protocolada pelo PSOL e Rede como “absolutamente pífia” e fruto de um processo “político”.
Na avaliação de Cunha, a representação é pífia pois apenas repete trechos da acusação feita contra ele pelo Ministério Público. A Procuradoria-Geral da República denunciou Cunha pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro acusado de ter recebido propina de ao menos US$ 5 milhões em contratos de navios-sondas da Petrobras. “Para você considerar que trecho de acusação feito pelo MP gere processo por quebra de decoro, tem 160 parlamentares que respondem a inquérito no STF, você teria que ter 160 representações”, disse.
O presidente da Câmara afirmou ainda que não assistiu à reunião do Conselho de Ética da tarde desta terça e que delegou a seu advogado comandar toda sua defesa na sessão. O peemedebista disse não ter dúvida nenhuma de que o relator do processo contra ele, Fausto Pinato (PRB-SP), está sob suspeição e afirmou que sua defesa entrará com recurso para questionar a manutenção do deputado no posto, estabelecida pelo presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA).
Cunha voltou a dizer também que não há “qualquer hipótese” de renunciar ou se afastar do cargo, mesmo que temporariamente.
“Estou absolutamente tranquilo”, afirmou Cunha ao ser questionado se teme ter o mandato cassado. “Estou tranquilo em relação a tudo”, frisou, diante da insistência dos jornalistas.
O presidente da Câmara voltou a negar que tenha feito acordo com o governo ou com o PT para obter apoio à sua permanência no cargo em troca da não deflagração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Casa. “Não participo de nenhum acordo. (…) Propagaram uma mentira”, disse.