A carga de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) encolheu 2,1% em junho, na comparação com o mesmo período do ano passado, e atingiu 59.859 MW médios, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 3, pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico. Esta é a terceira retração consecutiva do indicador, que dimensiona a potência de energia demandada pelo SIN. Feitos os ajustes que eliminam o impacto de fatores eventuais e não econômicos, incluindo a temperatura, a carga caiu ainda mais, 2,6%, em igual base comparativa.
A queda é explicada principalmente pela retração de 5,6% na carga de energia no submercado Sudeste/Centro-Oeste. Com ajuste, a variação negativa foi de 5,9%.
De acordo com o ONS, o menor consumo registrado na região é explicado, principalmente, “pelo modesto desempenho da indústria cuja participação na carga industrial do SIN é de cerca de 60%”. O custo mais elevado das tarifas elétricas contribui para a redução no consumo.
A região Sul também apresentou retração na carga: -1,5%. A queda, explica o ONS, tem origem na redução de consumo provocada pela elevação das tarifas e pelo cenário atual da economia brasileira.
Em contraste aos números fracos dos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul, as regiões Nordeste e Norte apresentaram elevação da carga no SIN. No Nordeste a elevação foi de 8,2%. “A expansão do consumo de energia nos segmentos residencial e comercial desse subsistema vem sofrendo menor impacto da conjuntura econômica adversa e da elevação das tarifas de energia do que os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul”, explica o ONS.
Já na região Norte, a carga cresceu 2,5%, muito em função do desempenho da atividade dos grandes consumidores eletrointensivos conectados à rede básica, os quais respondem por aproximadamente um terço da carga do subsistema.
Quando considerado o período de 12 meses, com encerramento em junho, a variação da carga no SIN ainda é positiva, com alta de 0,5%. Nessa base comparativa, as regiões Sudeste/Centro-Oeste (-0,9%) e Norte (-0,8%) são as únicas a encolher. Nas regiões Sul e Nordeste, o indicador apresenta expansão de 2,3% e 4,9%, respectivamente.