Primeiro petista a falar no plenário do Senado, que decide o relaxamento da prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), o líder do governo no Congresso, José Pimentel (CE), defendeu o voto fechado. Segundo ele, a Constituição determina que quando não tiver regra específica vale o regimento da Casa.
“E o nosso regimento é claro: diz que será secreta a votação”, afirmou ele durante a sessão, que, até o momento, debate se a votação será com voto aberto ou secreto.
Pimentel não fez nenhum juízo de valor sobre o senador Delcídio. “Não vale priorizar a vontade do legislador sobre o que a lei determina”, argumentou. “Entre a vontade do legislador e a legislação devemos ficar com a legislação”, acrescentou.
Já o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) fez um discurso enfático em defesa do voto aberto. Ele pediu ao presidente Renan Calheiros que seu voto fosse aberto, mesmo se a decisão fosse pelo voto fechado.
“Pesa sob nós (senadores) a suspeição. Quero que o meu voto seja aberto”, disse. Cristovam afirmou que a Casa não tem mais “gordura de credibilidade” com a população para utilizar o voto secreto.
Buarque enfatizou que os jornais hoje à noite – que, segundo ele, terão a maior audiência do País – vão mostrar a transcrição das gravações do senador Delcídio e o que vai aparecer em seguida será reportagem mostrando que o Senado votou secretamente e com medo de enfrentar a Justiça para proteger o colega “querido de todos nós”.
“Diferentemente do senador Jáder Barbalho, eu quero ser fiscalizado. Por isso quero o meu voto aberto”, pediu o senador do PDT.
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), defendeu também o voto aberto. Caiado disse que, se a votação for secreta, o Senado pode ser recebido pela sociedade como uma casa de “réus”.
“Aqui há uma transcrição de uma conversa que constrange a todos nós. Será que o senador Delcídio estava lá para se beneficiar dessa situação ou será que estava sendo porta-voz se alguém?”, alfinetou Caiado.