Considerado no mercado um banqueiro com perfil agressivo nos negócios, André Esteves sempre cultivou relações com políticos de vários partidos. O BTG, banco que ele presidia, está entre os onze maiores doadores de campanha nas eleições de 2014. No total, o banco repassou R$ 31,9 milhões, segundo dados fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O único banco que superou esse valor foi o Bradesco, que doou R$ 49,6 milhões.
O BTG doou R$ 6,25 milhões à campanha presidencial que reelegeu Dilma Rousseff, mas fez também doações aos adversários da petista. O banco repassou R$ 5,01 milhões à campanha presidencial do PSDB, cujo candidato foi o senador Aécio Neves.
O banqueiro sempre circulou com desenvoltura entre políticos e participou de eventos com tucanos e petistas. Criado pelo BTG há 15 anos, o CEO Conference, que acontece anualmente em Nova York, já recebeu como convidados o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Eduardo Campos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aécio Neves, presidente do PSDB.
Segundo a assessoria do banco, em todos os casos os palestrantes tiveram todas as despesas pagas pela instituição.
Durante a campanha presidencial de 2014, Esteves participou de eventos empresariais que homenagearam o então candidato tucano, Aécio Neves. O nome do dono do BTG apareceu em interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal no celular do ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho. Na ocasião, um interlocutor não identificado avisava a Léo Pinheiro que o Esteves, do banco BTG Pactual, “estava 100% com o Aécio”. “Parece que o Esteves está 100% com o Aécio. Ouvimos do PT que estão chateados”, disse o interlocutor.
A OAS e seus executivos, o banco BTG e a defesa do executivo Léo Pinheiro não quiseram comentar as mensagens que foram noticiadas em julho deste ano.
Segundo os dados do TSE, o BTG também fez doações de campanha ao PMDB. O banco repassou R$ 7,02 milhões ao partido. A entidade também repassou R$ 500 mil para a campanha de Eduardo Cunha a deputado federal, que é atualmente o presidente da Câmara. Cunha é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de receber propina com dinheiro desviado da Petrobras via contas no exterior. O peemedebista nega as acusações.