Economia

Presidente da CPI do Carf quer novo relatório sobre suspeitos na compra de MPs

O presidente da CPI do Carf do Senado, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), afirmou nesta quinta-feira ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que vai pedir ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), suplente do colegiado, que apresente na próxima semana um relatório paralelo ao da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), pedindo o indiciamento de pessoas envolvidas na compra de Medidas Provisórias para beneficiar o setor automobilístico.

No relatório preliminar apresentado hoje, a relatora pediu o indiciamento de 28 pessoas, entre ex-conselheiros do órgão, representantes de empresas, servidores públicos, assessores e lobistas. No documento, contudo, ela poupou políticos e a maioria dos envolvidos no caso da compra das MPs, como o ex-ministro Gilberto Carvalho e Luís Cláudio Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente Lula.

O único envolvido no caso indiciado foi o ex-vice-presidente tesoureiro da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) Mauro Marcondes. Ele foi indiciado por corrupção ativa e tráfico de influência, mas por ter atuado junto ao Carf como intermediário entre a MMC Automotores, fabricante da Mitsubishi no Brasil, e não pela questão das MPs.

Marcondes teve sua convocação barrada pela maioria dos integrantes da CPI, que também negaram requerimentos pedindo a convocação de Lula, do seu filho Luiz Cláudio e dos ex-ministros Gilberto Carvalho e Erenice Guerra. Todos são suspeitos de intermediar a compra de MPs. No relatório, a senadora justifica que todos foram rejeitados, pois a CPI considerou que os fatos “não dizem respeito ao objeto do colegiado”.

“A base da CPI é governista, só tem o presidente praticamente de oposição”, afirmou Ataídes. Dos 11 membros titulares, apenas o presidente e o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) são oposição ao governo. De acordo com ele, isso favoreceu um acordo entre governistas para não incluir o assunto nas discussões da CPI. “Da minha parte, não teve acordo”, rechaçou.

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