Cerca de 300 servidores e alunos das três universidades paulistas (USP, Unicamp e Unesp) protestaram nesta segunda-feira, 30, no centro de São Paulo, contra a proposta de reajuste salarial de 3% e a queda de qualidade nos serviços oferecidos pelas instituições.
O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) manteve a proposta de 3% sobre os salários de maio, que havia considerado anteriormente como um “esforço para atenuar as perdas salariais” dos últimos 12 meses. As instituições afirmam que o valor é o máximo possível, considerando que enfrentam a “pior crise econômica da história da autonomia universitária”.
No caso da Unesp, o mês em que o reajuste será concedido não foi informado. A instituição se comprometeu a concedê-lo quando as “suas condições orçamentárias e financeiras permitirem”.
O governo do Estado de São Paulo vive a pior queda de receita em 13 anos e, com isso, as três universidades paulistas receberam no primeiro quadrimestre de 2016 o menor repasse de dinheiro em sete anos. Juntas, as instituições receberam R$ 2,89 bilhões entre janeiro e abril, menor valor para o período desde 2009, quando o repasse foi de R$ 2,77 bilhões, em valores corrigidos pela inflação.
O Fórum das Seis – entidade que representa sindicatos de professores e funcionários das três universidades paulistas – pede reajuste de 12,34% e disse que a proposta apresentada é “vergonhosa”. “Os reitores optaram por manter o funcionamento das universidades às custas dos nossos salários. Eles é que estão optando pela greve e não nós, os servidores”, disse o professor César Minto, diretor da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp).
As entidades sindicais defendem que as universidades deveriam reivindicar um repasse maior do governo do Estado.
Nesta segunda-feira, teve início a greve dos professores da USP, aprovada em assembleia pela Adusp, e dos médicos do Hospital Universitário. Os funcionários técnico-administrativos estão em greve desde o último dia 12. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) apoia as reivindicações dos servidores e alunos ocupam os prédios dos cursos de Letras, Geografia, História e da Escola de Comunicação e Artes (ECA).
O protesto desta segunda teve início ao meio dia no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Os manifestantes bloquearam as duas faixas da avenida Paulista, no sentido Consolação, e depois fecharam uma quadra da rua Itapeva, em frente à sede do Cruesp, por mais de três horas. O protesto foi pacífico.
Unicamp
Nesta segunda-feira, também teve início a paralisação dos professores da Unicamp, que se juntam aos servidores que já estão greve desde o último dia 18.
Unesp. Servidores da Unesp dos campi de Marília, Araraquara, Franca, Assis e Botucatu também aprovaram e estão em greve.