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Australiano desaparecido no Rio teria tido surto e nadado até ilha

O australiano Rye Hunt, de 25 anos, desaparecido desde o sábado, 21, foi visto pela última vez na Ilha de Cotunduba, a 900 metros do Leme, zona sul, onde teria chegado a nado. De acordo com a titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, Elen Souto, Hunt estava em surto psicótico. A família nega que ele usasse substâncias ilícitas.

Hunt e o amigo Mitchell Shephard aspiraram a droga sintética MDMA (abreviação de metilenodioximetanfetamina, princípio ativo do ecstasy), que deveria ser diluída em água, no hostel em que estavam hospedados. Em seguida, foram para a festa Raízes da Lapa. De acordo com a delegada, eles voltaram a usar a droga ali e ingeriram bebida alcoólica.

Os dois entraram em surto psicótico e foram expulsos da festa, às 6 horas de sábado, 21. Eles diziam que estavam sendo perseguidos e que queriam matá-los, contou a delegada. Chegaram a voltar para o hostel. Lá, Hunt teria se recusado a entrar no quarto compartilhado até que o cômodo fosse esvaziado, ainda temendo sofrer algum tipo de ataque.

Os amigos decidiram, então, antecipar a viagem para a Bolívia, que estava marcada para o dia 24. Discutiram no aeroporto e se separaram. Hunt seguiu para Copacabana, na zona sul. Lá foi abordado por uma mulher que costuma alugar imóveis para turistas e acertou que ficaria num apartamento por três dias, até a partida para a Bolívia.

Ele aparentava estar desorientado, em “confusão mental”, disse a mulher. Objetos pessoais de Hunt foram encontrados no apartamento.

No dia seguinte, ele foi visto por um pescador na Ilha de Cotunduba, pedindo água. Os bombeiros do Grupamento Marítimo foram avisados, mas não encontraram o australiano na ilha.

“Se ele esteve efetivamente na ilha, pouco tempo ficou. Essa informação desta testemunha é bem plausível, bem coerente. Uma vez que esta pessoa está em surto, ela quer se esconder. Ele era um excelente nadador e a distância da ilha para a praia do Leme é bem pequena. Nós estamos no período em que o corpo ainda pode aparecer”, disse a delegada.

A família de Hunt, em e-mail encaminhado à imprensa brasileira, disse que “não está ciente” da informação de que ele usava drogas. “Rye trabalha na indústria mineradora, que requer testes regulares para substâncias ilegais. Um teste de Rye nunca falhou”, diz o texto.

Ainda de acordo com a família, Hunt não tem histórico de paranoia, quadro de ansiedade nem nenhum diagnóstico de doença mental. “A família de Rye está angustiada com estas especulações e quer focar na importante tarefa de encontrá-lo”. Um tio de Hunt e a namorada vão acompanhar, no Rio, as investigações sobre as buscas.

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