Desde que o retrato falado do suspeito de estuprar uma advogada foi divulgado na página da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) numa rede social, em São José dos Campos, interior de São Paulo, o estudante Matheus Marcos Machado da Silva, de 23 anos, já não consegue sair de casa. Na noite desta quinta-feira, 2, ele foi espancado e quase linchado por um grupo de moradores por sua semelhança com o suposto estuprador.
Na manhã desta sexta-feira, 3, ele foi outra vez confundido com o criminoso e acabou rendido por policiais militares, que o levaram para uma delegacia da Polícia Civil. Na primeira abordagem, ele estava em um restaurante, quando foi interpelado por um grupo de homens.
Sem dar explicações, ele obrigaram Silva a se sentar na calçada e, enquanto um chamava a polícia, outros passaram a espancá-lo. Sem saber porque estava apanhando, o rapaz teve a sorte de ser reconhecido por um segurança do estabelecimento que o protegeu até a chegada da polícia. Ele registrou ocorrência por lesão corporal e foi para casa.
No dia seguinte, após ser detido pela PM ao sair de casa, o rapaz teve de se submeter a reconhecimento por parte da vítima para ser liberado. O delegado do 1.º Distrito Policial, Hugo Pereira, que atendeu Silva, disse que seus agressores serão identificados e responderão por lesões corporais de natureza leve.
Segundo ele, o retrato falado é feito com base nas informações da vítima e precisa ser levado em conta com prudência. Em muitos casos, pessoas parecidas podem ser confundidas com o suspeito.
A advogada foi atacada na terça-feira, 31, quando entrava no carro após deixar o serviço. Levada para um ponto ermo, ela foi agredida e estuprada. O suspeito tirou fotos de seus documentos e ameaçou matá-la caso denunciasse. O retrato falado foi feito com ajuda de um desenhista.