Sem jogar em janeiro e no começo de fevereiro por ter contraído o novo coronavírus e não ter aceitado passar pela quarentena para disputar o Aberto da Austrália, o tenista britânico Andy Murray fez sua estreia na semana passada em um torneio da série Challenger em Biella, na Itália, e nesta semana participa como convidado do ATP 250 de Montpellier, na França.
Antes de sua primeira partida, o ex-número 1 do mundo revelou que não ficou surpreso quando o sérvio Novak Djokovic conquistou o seu nono título do Grand Slam no último domingo e disse que os jovens talentos do circuito profissional masculino não diminuíram a distância do "Big 3", formado pelo atual líder do ranking da ATP, pelo espanhol Rafael Nadal e pelo suíço Roger Federer.
O russo Daniil Medvedev chegou à final em Melbourne na esteira de uma sequência de 20 vitórias, mas foi derrotado em três sets por Djokovic, que obteve a sua 18.ª taça de Grand Slam. Com o triunfo do sérvio, 15 dos últimos 16 grandes torneios do tênis foram vencidos por Djokovic, Federer e Nadal.
"Achei que a final seria mais apertada, mas também estava claro para mim o quão bem Novak poderia jogar na Austrália quando encontra seu tênis e está muito motivado", afirmou o atual número 121 do mundo. "Eu vi que antes da final Medvedev disse algo como Novak ter muita pressão sobre os ombros. Sim, é verdade, mas esses caras que estão no topo viveram sob pressão durante toda a carreira e sabem exatamente como jogar o melhor quando realmente importa", acrescentou.
Murray acredita que o resultado em Melbourne tenha mostrado que a geração mais nova ainda tem longo caminho a percorrer. "Para mim, os mais novos mostraram não estar perto do Big 3. É claro que no US Open Dominic (Thiem) fez o que tinha que fazer para ganhar, mas se Novak não tivesse mandado aquela bola na garganta da juíza de linha, teria terminado como foi na Austrália", disse.
"Devolver ou sacar em uma final de Grand Slam é diferente de uma quartas de final ou uma semifinal quando você está enfrentando alguém que venceu 17 delas", comentou Murray. "É muito intimidante e os mais jovens não mostraram que estão particularmente próximos".
O britânico de 33 anos, vencedor de três Grand Slams, disse que não assistiu à maior parte do torneio por causa da decepção de não ter participado. "Assisti muito pouco, queria estar lá e foi sofrido. Parei de seguir todos os tenistas que sigo nas redes sociais porque realmente não queria ver aquilo", completou.