Economia

Metalúrgicos ocupam estaleiro Mauá para protestar contra suspensão das atividades

Cerca de 50 metalúrgicos ocupavam na tarde desta terça-feira, 14, as instalações do Estaleiro Mauá, em Niterói, na região metropolitana do Rio. Após a suspensão das atividades do estaleiro Eisa Petro Um, que funciona nas dependências, os trabalhadores reivindicam a retomada da produção e o pagamento de salários e benefícios atrasados. A ocupação também paralisa obras no Estaleiro Brasa, que funciona no mesmo local. A Polícia Militar acompanha a ocupação.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, a ocupação continuará até que a empresa efetue os pagamentos de trabalhadores demitidos. Cerca de mil pessoas foram desligadas da companhia no último dia 27, com promessa de pagamentos até o dia 2 de julho. No prazo final, entretanto, a empresa informou a suspensão das atividades e pediu que outros dois mil trabalhadores não retornassem às atividades até segunda ordem.

“De forma pacífica e sem violência, os trabalhadores do estaleiro Mauá e o Sindicato tomaram as dependências da empresa na manhã festa terça-feira. A ocupação vai permanecer até que os pagamentos de salários e indenizações sejam regularizados”, informou o sindicato em sua página na internet. Segundo a entidade, cerca de 350 metalúrgicos participam do movimento.

A empresa alega que aguarda a definição sobre contratos e pagamentos pendentes junto aos bancos que financiam as operações do setor. A avaliação dos executivos de estaleiros é que os repasses foram dificultados após a Operação Lava Jato, que atingiu também sócias de alguns estaleiros.

O Eisa Petro Um tem sete contratos ativos para a construção de embarcações da Transpetro, subsidiária de transporte e logística da Petrobras. A companhia afirma que não há débitos com o estaleiro.

Desde janeiro, mais de 14 mil pessoas já foram demitidas no setor naval no País em decorrência da crise no setor, segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). O número pode crescer ainda mais, uma vez que o sindicato estima que o corte de investimentos na Petrobras poderá acarretar a redução de 90 navios na frota de embarcação de apoio, reduzindo os aportes aos estaleiros.

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