A meteorologista Ana Ávila, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), definiu nesta segunda-feira, 6, como uma microexplosão o fenômeno que atingiu Campinas na madrugada de domingo, 5. Na ocasião, o Cepagri havia informado ao prefeito Jonas Donizete (PSB) que a cidade havia sido atingida por um tornado.
“Estávamos em dúvida entre uma microexplosão e um tornado, mas, depois de andar pelas regiões afetadas e analisar as imagens, concluímos que se tratou de uma microexplosão”, disse.
Segundo ela, a microexplosão é um fenômeno que pode ter a mesma intensidade de um tornado, mas com atuação mais localizada. Os ventos que se formam a partir de nuvens carregadas incidem no sentido descendente, da atmosfera para o solo. Nesse caso, os danos são em uma área de incidência menor.
Já no tornado, o curso do vento tem sentido linear e do solo para o alto, por isso, a área afetada é maior e os estragos, mais generalizados.
Na microexplosão, a corrente de ar descendente toca o solo e se espalha horizontalmente na forma de vento radial estendendo-se a no máximo quatro quilômetros. Apesar da menor abrangência, a micro explosão mais intensa pode induzir ventos devastadores, que chegam a 150 km/h.
As rajadas são capazes de arrancar árvores e danificar severamente estruturas mais fracas. Os danos, muitas vezes, acabam sendo atribuídos a tornados.
No caso de Campinas, o fenômeno atingiu de forma mais intensa o eixo da Rodovia Dom Pedro I, incluindo adjacências, como o bairro Taquaral e São Quirino.