O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, salientou há pouco que o crescimento da desoneração da folha de pagamentos no primeiro semestre, de 14,28%, ocorreu porque a arrecadação está atrelada ao faturamento das empresas, que tem sido menor.
Com a desaceleração da economia, de acordo com ele, houve uma queda no faturamento dessas empresas e essa diminuição corresponde a uma arrecadação menor do que a arrecadação substitutiva, que não é sobre folha, mas sobre as vendas. Isso, conforme o técnico, implica que a desoneração vai ser crescente porque a renúncia de áreas como a da Previdência Social, por exemplo, é coberta pelo Tesouro Nacional.
No primeiro semestre deste ano, a desoneração da folha de pagamentos foi de R$ 54,882 bilhões, ante R$ 48,024 bilhões da primeira metade de 2014.
Arrecadação
Malaquias salientou que o comportamento da atividade econômica está determinando o da arrecadação federal. Ele citou como exemplos o resultado da produção industrial em junho, que caiu 8,80% na comparação com o mesmo mês do ano passado, e a venda de bens e serviços, que recuou 10,40% no mesmo período. “Estamos em uma curva decrescente em relação à produção industrial”, disse, na tarde desta quarta-feira, 15.
Até a massa salarial, que apresenta uma alta de 2,38% também na mesma base de comparação, está negativa, em 5,61%, quando se faz análise em termos reais. “O comportamento da arrecadação continua estável, mas negativo”, salientou o técnico, enfatizando que a tendência de baixa segue perto de 2%.