Mesmo depois de apelo de movimentos contrários ao governo federal, a participação de políticos no ato deste domingo pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff em Belo Horizonte foi tímida, com a presença apenas de alguns deputados. Segundo informações da Polícia Militar, cerca de 5 mil pessoas participaram do protesto, realizado na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital. Na manifestação anterior, em 16 de agosto, foram 6 mil pessoas, também conforme a PM.
Os movimentos contrários ao governo Dilma que organizaram a manifestação esperavam o número menor de participantes por causa do curto prazo para mobilização. A decisão de marcar o ato para este domingo foi tomada depois da abertura do impeachment de Dilma Rousseff pelo presidente Eduardo Cunha, há 11 dias.
Os discursos do alto de um caminhão de som foram animados, apesar da plateia menor. “Vamos começar hoje o enterro do PT”, afirmou Carla Girodo, líder do movimento Vem pra Rua. Ela disse que políticos mineiros foram convidados para o ato. Apenas os deputados estaduais João Leite (PSDB) e Sargento Rodrigues (PDT) e o federal Rodrigo de Castro (PSDB) compareceram. Dos três, apenas Rodrigues discursou. Foi a primeira vez que políticos foram oficialmente convidados a comparecer a ato contra a presidente. Antes, os representantes dos movimentos pregavam o apartidarismo. Em meio aos manifestantes, apenas bandeiras do PPS eram vistas na praça.
Na avaliação do engenheiro Marco Antônio Tristão, de 63 anos, independentemente da participação de políticos, as chances de a presidente sair são grandes. “O problema é a força do governo. Já pudemos ver na imprensa há alguns dias que o governo está distribuindo cargos para tentar manter apoio no Congresso Nacional”, disse. “Condições para o impeachment existem. As pedaladas fiscais ocorreram. Agora, além disso, há a questão moral”, acrescentou.