A expectativa das lideranças do Movimento Brasil Livre em Santa Catarina era que 20 mil pessoas se reunissem no Trapiche da Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis, para apoiar a derrubada da presidente Dilma Rousseff. Perto das 13h, horário marcado para iniciar o ato, batizado de “Buzinaço de Esquenta pelo Impeachment” um dos organizadores, Ramiro Zinder, 35 anos, falava em 5 mil manifestantes. Segundo a PM, cerca de 250 pessoas enfrentaram os 33º C para participar do ato. Com o sol a pino, a maioria dos manifestantes acompanhou o protesto à sombra dos guarda-sóis de um bistrô próximo ao mar.
A juventude estava praticamente ausente. O público era principalmente formado por aposentados que moram nas redondezas, alguns levaram os netos. Já as praias estavam lotadas.
O último ato contra a presidente, no dia 16 de agosto, reuniu 26 mil pessoas no mesmo local, mas o organizador do Movimento Brasil Livre, Alexandre Paiva, 39 anos, não se preocupava com a baixa adesão. “Esse é apenas um esquenta. A grande manifestação está marcada para o dia 13 de março, acertamos a data com os parlamentares no Congresso”, disse.
Em agosto, moradores de 23 municípios catarinenses foram às ruas. Neste domingo, protestos foram registrados em outras sete cidades: Joinville, Blumenau, Caçador, Chapecó, Jaraguá do Sul, Lages e Joaçaba, segundo a Polícia Militar. A que contou com mais adeptos, 300 pessoas, foi Chapecó, no Oeste catarinense.
O alvo dos presentes não foi apenas presidente Dilma Rousseff. Alguns manifestantes pediam também a cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB- AL), e não desejam que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assuma o poder. Para esses, a solução seriam novas eleições.