A aceleração do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de julho, para 0,69%, ante 0,67% em junho, foi influenciada principalmente pelo avanço da inflação ao produtor, avaliou nesta quinta-feira, 30, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a economista Camila Abdelmalack, da CM Capital Markets. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) saiu de uma deflação de 0,23% para alta de 1,27% este mês. “Já vinha mostrando isso nos índices anteriores, por causa de soja (de -0,44% para 5,26%) e aves (0,98% para 5,18%), este último também por causa da oleagionosa, devido à ligação indireta, por causa da produção de ração”, explicou.
No entanto, Camila ponderou que se não fosse o arrefecimento no ritmo de alta do minério de ferro (de 5,90% para 3,09%), o IPA Industrial não teria desacelerado (de 0,66% e 0,52%) e, consequentemente o resultado final do IGP-M de julho teria sido maior. “Acabou surpreendendo. A alta menor do minério de ferro ajudou”, avaliou. No sétimo mês do ano, o IPA, que leva em conta do Industrial e o Agropecuário teve inflação de 0,73% (ante 0,41%). “Foi mais por causa do Agropecuário”, reforçou.
Na visão da economista, o impacto da alta dos preços agropecuários deve atingir o consumidor com mais força nos próximos dias. “Já estamos começando a ver as consequências para o grupo Alimentação no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e que pode se refletir com mais intensidade nos próximos meses. Já não contamos com a sazonalidade favorável este ano, e tendência agora deve ser de novas pressões”, analisou.
Também para os IGPs, a expectativa da CM Capital é de aceleração, a não ser que os preços do minério continuem desacelerando ainda mais o ritmo de alta e limitem avanços mais expressivos do IPA Industrial. “Pode ser que o minério de ferro contrabalancei a pressão altista dos agropecuários e os IGPs não acelerem tanto”, avaliou.