Agentes da Polícia Federal deixaram por volta das 9h30 desta terça-feira, 15, as dependências da Câmara dos Deputados, onde realizaram busca e apreensão de documentos na Diretoria Geral da Casa. Pelo menos cinco agentes deixaram o local portando mochilas em que carregavam documentos apreendidos. Eles não chegaram a fazer buscas no gabinete da presidência da Câmara.
Assim como toda operação na Câmara, a saída foi acompanhada por policiais legislativos e seguranças pessoais do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para evitar a exposição à imprensa, eles deixaram o prédio da Câmara por um acesso interno do Centro de Documentação e Informação.
As buscas na Câmara são parte dos mandados de busca e apreensão da Operação Catilinárias, deflagrada nesta terça-feira pela Polícia Federal. Ao todo, são 53 mandados de busca e apreensão na Câmara, na sede do PMDB em Alagoas, na residência dos investigados, endereços funcionais, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos – expedidos pelo STF, referentes a sete processos instaurados a partir de investigações da Lava Jato.
Os mandados, expedidos pelo ministro Teori Zavascki, estão sendo cumpridos no Distrito Federal, em São Paulo, no Rio, no Pará, em Pernambuco, em Alagoas, no Ceará e no Rio Grande do Norte.
Imprensa internacional
A imprensa internacional começa a repercutir a operação de busca e apreensão em imóveis de Eduardo Cunha. Na página da britânica BBC na internet há uma reportagem que explica que os policiais federais investigaram os imóveis do presidente da Câmara à busca de provas do esquema de corrupção na Petrobras.
O texto produzido pela redação da BBC em Londres lembra que Cunha é acusado de receber dinheiro relacionado à corrupção e manter os recursos em contas bancárias na Suíça. O deputado nega e diz que as acusações têm motivações políticas, cita a reportagem da BBC que destaca que Cunha é “um crítico ferrenho da presidente Dilma Rousseff”.
A emissora portuguesa RTP também publica reportagem na página da internet em que afirma que a operação é um desdobramento da investigação Lava Jato e que vários políticos e empresários já foram presos e envolvidos no esquema.
A RTP diz que Cunha foi denunciado pela Procuradoria Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro e por suspeita de ter recebido US$ 5 milhões por contratos de aluguel de navios-sonda da Petrobras.