Três pessoas que protestavam a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff foram cercadas por militantes e tiveram de deixar o local onde acontecia a cerimônia de inauguração de um museu na cidade histórica de Congonhas, em Minas Gerais.
A fala das autoridades foi interrompida quando um dos homens começou a gritar “fora, Dilma”. Em seguida, a claque da presidente foi ao encontro do manifestante. Houve bate-boca e troca de ofensas. A confusão só terminou quando o trio contrário à petista deixou o local.
Desde que foi deflagrado o processo de impeachment, Dilma tem optado por participar de eventos onde o público é majoritariamente a seu favor. Assessores presidenciais ficaram visivelmente incomodados com o fato de pessoas que não aprovam o governo terem conseguido acessar a cerimônia.
Enquanto esperavam a presidente – que atrasou mais de uma hora para chegar ao local -, a plateia entoava palavras de ordem como “não vai ter golpe”. O bordão “Fora, Cunha”, em referência ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi um dos mais ouvidos.
Um dia depois de completar 68 anos, Dilma foi recebida pelo público de cerca de 300 pessoas com um “Parabéns para você”. Ela agradeceu o “carinho” e disse que estava feliz por poder dar um “abraço virtual” em cada um deles.
Ex-ministro e amigo pessoal de Dilma, o governador de Minas, Fernando Pimentel, não compareceu à cerimônia de inauguração do Museu de Congonhas, que fica ao lado do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. O complexo histórico é considerado Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco e abriga as famosas esculturas dos 12 profetas, de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Segundo a assessoria de imprensa da presidente, o petista está em viagem pessoal para fora do País. Na semana passada, Pimentel também não integrou a comitiva de governadores que foi a Brasília para manifestar apoio à presidente e criticar a abertura do processo de impeachment. Na ocasião, a justificativa foi o nascimento da filha do governador.