O juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal no Rio, autorizou nesta quarta-feira, 16, que o ex-presidente da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva cumpra prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Pinheiro é réu na Justiça Federal no Rio acusado de receber ao menos R$ 4,5 milhões em propinas para facilitar a contratação dos consórcios responsáveis pelas obras da usina de Angra 3.
A decisão acata o pedido da defesa do almirante, que alegou que ele possui 76 anos de idade, que sua esposa sofre de Alzheimer e que ele se afastou da Eletronuclear. Othon está preso preventivamente desde 28 de julho, quando foi deflagrada a Operação Radioatividade, desdobramento da Lava Jato que investiga o esquema de corrupção na Eletronuclear, estatal do setor nuclear brasileiro. O magistrado ainda aguarda a manifestação do Ministério Público Federal para que o almirante deixe a prisão.
Inicialmente, o caso de Othon e de outros 13 acusados de participar do esquema de desvios nas obras da usina de Angra 3, estava sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro, que cuida das ações da Lava Jato na Justiça Federal no Paraná. Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), contudo, o caso da Radioatividade foi distribuído à Justiça Federal no Rio, que manteve as medidas de Moro e acatou no começo do mês a abertura da ação penal contra Othon e outros 13 réus, incluindo o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, que negocia um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Eles são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e concussão. Procurada, a defesa de Othon diz que aguarda os trâmites burocráticos e que seu cliente deve deixar a prisão entre esta quarta e a quinta-feira.