Em uma derrota da gestão Fernando Haddad (PT), que esperava resolver esse assunto ainda neste ano, os vereadores de São Paulo não chegaram a um acordo para aprovar a revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo, que altera o zoneamento das ruas da capital paulista. A expectativa da base aliada, agora, é votar o projeto depois do recesso parlamentar, em 17 de fevereiro.
Entre os vereadores da oposição, o principal entrave à revisão do zoneamento era a criação das chamadas Zonas Corredor (ZCor), que flexibilizava o uso de ruas de bairros exclusivamente residenciais, liberando comércios de baixo impacto. A mudança era vista como um ataque ao sossego de áreas residências tradicionais, como Jardins e Moema – onde o uso seria alterado até em uma rua onde o prefeito tem um imóvel.
Já entre a base aliada, houve insatisfação de vereadores quanto a incertezas sobre impactos, já no ano que vem, de mudanças que ampliariam as chamadas Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), terrenos destinados à construção de moradias populares. Segundo vereadores, parte da bancada petista queria uma sinalização mais forte de que essas mudanças acelerariam, já em 2016, ano eleitoral, a construção de casas para famílias de baixa renda.
O adiamento foi definido nesta segunda-feira, 21, depois que a Mesa Diretora da Câmara recebeu requerimento, com 20 assinaturas – a maior parte da oposição -, solicitando o adiamento. Para que o projeto seja aprovado, a gestão Haddad precisa do voto de 37 dos 55 vereadores paulistanos.