O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que o governo não teve uma vitória política redundante na eleição de 2014, como em eleições anteriores, e isso pesou no turbulento ano político. Segundo o peemedebista, em entrevista à TV Câmara, 2015 precisa de um balanço à parte. Ele destacou o número recorde de pedidos de impeachment e a independência da Câmara.
“É a primeira vez na história que houve tantos pedidos de impeachment em um ano. Foram 38 pedidos, se não me engano”, disse, lembrando que, no início do ano, dizia que, de tédio ninguém ia morrer.
Em seu balanço de final de ano, Cunha destacou várias matérias votadas na
Câmara, como a redução de maioridade penal, a PEC da Bengala, a terceirização, as medidas de ajuste fiscal e a reforma política. Mas disse que o principal avanço da Casa neste ano foi “deixar de ser um anexo do Palácio do Planalto”. “Conseguimos ter uma agenda própria, votada pela maioria, com independência, sem subordinação ao Executivo”, afirmou.
Ele reconheceu que a pauta está na mão do presidente da Câmara, mas afastou críticas de personalismo na condução da Casa. Segundo o peemedebista, um presidente da Câmara à mercê do Planalto aniquila a vontade da maioria dos deputados. “Houve uma democratização da escolha daquilo que foi colocado em pauta”, disse, ressaltando o apoio dos líderes e da maioria.