A confiança do setor de serviços avançou 4,2% em abril ante março, após três recuos seguidos neste início de ano, segundo pesquisa divulgada esta semana pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Além do aumento, puxado pelas expectativas mais favoráveis em relação à demanda e ao ambiente de negócios, a intenção dos empresários do setor em contratar nos próximos três meses também cresceu.
Ainda assim, o índice de emprego futuro está nos 90,1 pontos, o segundo menor nível da série, iniciada em junho de 2008. Na prática, o patamar abaixo de 100 pontos indica que mais empresas pretendem demitir do que contratar. As dispensas estão nos planos de 20,4% dos empresários, enquanto 10,5% pretendem ampliar o quadro de funcionários. “A melhora se deu porque em março havia uma parcela ainda maior de empresários que pensavam em dispensar trabalhadores”, disse o economista Silvio Sales, consultor da FGV.
A confiança saiu do negativo em abril beneficiada pela base de comparação mais fraca (após três meses de queda) e pela redução das incertezas no ambiente político. As expectativas subiram 7%, sendo que a previsão de demanda para os próximos três meses aumentou 10,1%.
Segundo Sales, não há motivos concretos nem mudança de cenário que expliquem essa melhora na demanda esperada. “O mercado de trabalho cada vez mais amplia os sinais de desaceleração, e agora foi afetado o rendimento médio”, afirmou o economista. “O contexto é de uma demanda muito enfraquecida e de uma política de controle de preços que tende a inibir ainda mais a demanda”, completou.