O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, afirmou nesta quarta-feira, 2, que, apesar de o Planalto ter “influência indireta” sobre o funcionamento da Câmara, o destino da Casa e de seus dirigentes sempre foi decidido pelos próprios deputados. Prova disso, afirmou, foi a própria eleição do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da qual o governo federal era contra.
“As influências ou dos governos estaduais ou do federal ou de outras instituições se dá de uma forma muito indireta, mas sempre, em última instância, sempre prevaleceu a decisão dos parlamentares”, afirmou Rebelo em entrevista após participar de audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara. “A própria eleição do deputado Eduardo Cunha é prova da impossibilidade de o Executivo decidir sempre essas coisas”, emendou.
Apesar das declarações, o ministro evitou comentar possível influência do Planalto sobre deputados do PT para que votem a favor de Cunha no Conselho de Ética da Câmara, no qual o peemedebista é alvo de representação por quebra de decoro parlamentar. “Pela distância que tenho mantido da articulação política, não me julgo, principalmente pela sensibilidade do momento, em oferecer opinião que não esteja embasada no melhor conhecimento”, disse.
Questionado se vale tudo pela governabilidade, o ministro da Defesa desconversou. “Não posso analisar o vale-tudo, porque seria admitir a tese para analisá-la. O destino da Câmara dos Deputados como instituição e dos seus dirigentes sempre foi atribuição de seus deputados. Os 24 anos que aqui vivi sempre foi dessa maneira”, afirmou Rebelo, que já foi deputado federal.