A Comgás vislumbra a possibilidade de ampliar a oferta de gás natural para novos projetos de geração de energia, destacou nesta quarta-feira, 6, o presidente da distribuidora de gás, Luis Henrique Guimarães. A oportunidade viria da necessidade do aumento da oferta de energia elétrica e dos preços mais atrativos para novos investimentos nessa área.
Segundo Guimarães, há um potencial de sete a oito térmicas que poderiam ser construídas em São Paulo. A maior parte desses projetos, segundo o executivo, são investimentos voltados a leilões de mais longo prazo – enquadram-se, nesse perfil, os leilões A-3 e A-5, nos quais a oferta de energia ocorre dentro de três ou cinco anos.
Na terça-feira, 5, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, noticiou que o governo de São Paulo analisa a construção de uma térmica na região onde está instalada a usina de Piratininga, de propriedade da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), mas operada pela Petrobras. A usina teria capacidade de 250 MW e seria construída em formado de sociedade de propósito específico (SPE), a qual teria a participação da própria Emae.
O Grupo AES Brasil também analisa a instalação de outras duas térmicas, os projetos Termo e São Paulo e Termo Araraquara. A capacidade conjunta dos dois empreendimentos supera 1.000 MW. A Termo São Paulo já foi cadastrada para o último leilão A-5, realizado na última semana, mas não teve sua energia comercializada.
Geração distribuída
Guimarães também vê com bons olhos a decisão do governo federal de estimular novos projetos de geração de médio e pequeno porte, também conhecidos como geração distribuída por estarem localizados próximos aos centros de consumo. A Comgás projeta que o nível de conversão de equipamentos de geração abastecidos com óleo ou diesel para o gás natural deverá crescer 20% em relação aos níveis históricos.
A conversão seria necessária porque, à medida que os geradores operam durante uma maior quantidade de horas, o armazenamento de óleo ou diesel se torna inviável. Ao contrário do gás natural, fornecido via dutos. A geração de energia durante uma maior parte do tempo é estimulada pelo preço de compra sugerido pelo governo federal, de R$ 1.400 o MWh, praticamente três e meia o valor da energia no mercado spot neste momento.