A elevação da alíquota da CSLL vai encarecer o crédito e as tarifas bancárias e afetar, no fim das contas, o bolso dos brasileiros. “Não existe almoço grátis”, diz o economista da MCM Consultores Associados, Antonio Madeira. Ele argumenta que, do ponto de vista político, a Medida Provisória 675, que eleva de 15% para 20% a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) recolhida por instituições financeiras, não trará embaraços com o Congresso Nacional. Mas, para as empresas e famílias, o efeito será o aumento do spread bancário e, consequentemente, do custo final do crédito. “Além disso, haverá aumento das tarifas dos serviços bancários”, diz o economista.
Madeira argumenta que, dada a contração da atividade econômica em andamento no Brasil, “resta ao governo tentar aumentar sua arrecadação junto àqueles setores com ganhos razoáveis, como o setor bancário”.
Além disso, a medida de quinta-feira, 21, permite a obtenção de uma receita extra neste ano por ser tratar de uma contribuição. Se fosse um aumento de imposto de renda sobre o lucro, exemplifica Madeira, a arrecadação ocorreria, de fato, somente no ano que vem.